Política Pirata. Pirate Politics.

Política Pirata. Pirate Politics. Por que este blog tem esse nome estranho, 'Política Pirata'... or 'Pirate Politics'? Para estarmos atentos da enormidade do que há de pirataria na política. Afinal, é a Política que faz a mediação entre dois campos de atuação do diabo: o Dinheiro (Economia) e a Guerra...

Desterrada a justiça, que é todo o reino senão pirataria? (Santo Agostinho)

O amor antes do poder Love before power
Então o Amor com o poder Then Love with power
Para destruir o Poder sem amor.
To destroy (the) Power without love.

"The Ocean is my church and my playground."

A política e o mundo só vão mudar quando nós mudarmos por dentro, e agirmos de acordo. E isso pode ir começando hoje; pense bem... Vamos nos perguntar se o que o nosso coração sente, o que a nossa cabeça pensa, o que nossa boca fala, e o que nossas mãos fazem... é AMOR... Nossos pensamentos, palavras e ações passam pelas peneiras da VERDADE, da BONDADE e da NECESSIDADE?

"The boisterous sea of liberty is never without a wave." (Thomas Jefferson, Oct.20th, 1820)

"Ninguém pode servir a dois senhores: não podeis servir a Deus e ao dinheiro"... (Lucas 16.13; Mateus 6.24)

"Mudar o mundo, amigo Sancho, não é loucura, nem utopia... É justiça!" (Dom Quixote de la Mancha, Miguel de Cervantes)

"Uma nação que valoriza seus privilégios acima de seus princípios, está a caminho de perder ambos." (Dwight Eisenhower)

"Para encontrar a solução de um problema, é preciso - primeiro - mudar a consciência que produziu o problema." (Albert Einstein)

domingo, 27 de março de 2011

1976 - Raça

Por informações de meu pai, e de minha mãe, soube que tenho ancestrais europeus (ou caucasianos), índios (americanos, portanto de origem asiática) e africanos (negros). Sempre estudei em escolas públicas, no Rio de Janeiro e no Paraná. Como nasci loiro e de olhos claros, sempre estive em "minoria" nessas escolas, todas muito brasileiras, fosse no Rio ou no Paraná. Não havia - mesmo - qualquer sinal de segregação ou discriminação racial. Salvo, talvez, na mente de alguns.
Em 1976, com 27 anos, viajei, em grande parte do percurso por terra, do Rio de Janeiro a Oakland (California). Depois de alguns meses em Oakland, atravessei os Estados Unidos por terra, passando pelo Oeste, Meio-Oeste, Sul e Leste dos USA: conheci mais de 20 estados americanos, saindo de Oakland até o destino final em New York. Neste ano, lá presenciei, em julho, às comemorações do Bicentenário da Independência e, em novembro, à eleição do ex-governador democrata da Georgia, Jimmy Carter, como presidente da República, derrotando, por estreita margem, o presidente em exercício, o republicano Gerald Ford.
Quando cheguei aos Estados Unidos, depois de entrar pela fronteira em Tijuana e passar por San Diego e Los Angeles, fui morar no Holy Names College, em Oakland, município do outro lado da Baía de San Francisco; a escola ficava numa colina, no alto, fora do centro da cidade, num bairro residencial de alto padrão. Lá, fui estudar inglês.
Num fim-de-semana, soube que haveria um show do Richie Havens, cantor e violonista afro-americano, um artista único como violonista e como cantor, muito especial, um daqueles que se apresentaram no Festival de Woodstok, na década de 60. Seria no centro de Oakland, no domingo. Fui ao concerto, que foi cancelado. Fiquei triste. Parecia um azar.
Bom, não tinha o que fazer, então comecei a observar o centro de Oakland. Estava vazio, era domingo. Aquele Centro era pobre, relativamente pobre, principalmente para os padrões americanos (ou californianos). E só tinha negros. Muitos deles, pobres. Depois, soube que Oakland era a cidade onde tinha nascido o Movimento dos Panteras Negras. Então, um pouco decepcionado, fui caminhando, sozinho. Até que ouvi um som lindo, que vinha de uma Igreja. Fui atraido pelo som e acabei entrando na Igreja. A música gospel era muito linda! Fui caminhado por um corredor; estavam todos de pé, cantando. Achei um lugar para mim, olhei em volta, e foi aí que me dei conta que era o único "branco" dentro da igreja... E a igreja tinha quase uma multidão de gente cantando e se balançando. Para um brasileiro, muito estranho! Eu acabava de ser apresentado ao que se chamava de "segregação" (ou resquícios do tempo da segregação...). Mas foi muito bom. A música era maravilhosa, inspirada; todos muito animados, alegres, louvando a Deus e ao Senhor. Foi lindo! Nunca mais me esqueci desse presente que o acaso (cancelamento de um Concerto) e Deus (o grande Mestre por trás do acaso) me proporcionaram...

Meses depois, fui a Nova Orleans... (continua)