sábado, 10 de setembro de 2016

Brazil / Brasil: Reafirmação de Voto - Erros do PT - Quando a Traição Passou à Prática Explícita. E Paciência com O Que Vem Pela Frente

Judas está reunido com o PMDB [clique na Imagem para Ampliar]
Votei em Dilma Rousseff para Presidente. E, junto, num Programa de Governo. Que as crises, nacional e internacional, e a correspondente ação dos mercados (e dos que controlam esses mercados), com a queda dos preços das commodities, em especial produtos agrícolas, petróleo e minérios, vieram a tornar de execução inexequível no curto prazo; e inevitáveis os  graves ajustes e providências internas necessárias. A Presidente tentou aprovar os ajustes: era (e é) preciso cortar despesas (algumas, mas não se resolveria tudo) e aumentar receitas; mas a recuperação, sabia-se, seria lenta. O Congresso, com maioria de mais de 2/3 anti-Dilma, negou o que era essencial no curto prazo, aprofundando a crise. Fecharam-se no "quanto pior melhor", assim como a turma dos tubarões e dos patos, da FIESP, da Grande Mídia e da Política (nos 3 Poderes e no eleitorado). As razões para tanto horror e tanta desconsideração, em especial com a parte mais fraca da sociedade: não se consegue derrubar governo quando a economia vai bem... Isso é mais que sabido... Perderam-se dois anos; e agora, serão mais dois... E foi-se colocando combustível no clima de "conflagração nacional". Pena. Mas, como se diz, "o país é maior que o abismo"... "Aos trancos e barrancos, vamos indo"...
Quando chegará o dia em que "os dois lados do cérebro" (ou do espectro político) vão - verdadeiramente - conversar? E um lado, o dos incluídos, enxergará o outro? E aqueles que estão do lado, e à frente, ou manipulam os excluídos, vão - com inteligência - chamar os privilegiados a ser mais generosos, e não tentar destruí-los, porque isso - sabemos - não é bom também; inclusive porque dá em guerra?
E na guerra, ganha (quase) sempre o mais forte; não necessariamente o melhor.
Em todos os casos, qualquer que seja a correlação de forças, não se escapa da obrigação de agir com muita inteligência, coragem, generosidade, pragmatismo e prudência...

Sim, sabia eu, como eleitor, dos problemas da Petrobras e dos problemas de corrupção no país, em todos os partidos e na sociedade (o mundo não é muito diferente; as diferenças são as diversas 'receitas' nacionais; e os diferentes graus, inclusive de exportação e importação da corrupção). Eu sabia e também outros 54,5 milhões de eleitores. Não, não fomos enganados. Não somos mais idiotas que o outro lado, mesmo nós que não participamos da corrupção. Nisso não. Mesmo que não concordemos com a prática de alguns setores partidários (de todos os partidos, inclusive no PT e em alguns movimentos sociais) de tentar assassinar reputações; e de se locupletar com o poder. Esperávamos que o Judiciário fosse agindo, para punir os responsáveis, com seriedade. Não um festival de "delações (extremamente) premiadas" e de "vazamentos de segredos de Justiça", com agentes da mídia, da polícia e da justiça jamais punidos... E com claros objetivos políticos de luta pelo poder, sem colocar o Brasil acima dos interesses pessoais.

Mas não. Não votei (e não votamos) no Sr. Michel Temer para Presidente. Votei neste senhor para Vice. E também não votamos no Programa de Governo absurdamente lançado pelo PMDB ainda no mesmo ano (2015) da posse da Presidenta; programa que denominaram de "Uma Ponte para o Futuro"; e no qual, de forma hilariante, ao final, convidam "a nação a integrar-se a esse sonho de unidade". Um sonho absurdo, irrealizável. Sonhavam o sonho impossível, o sonho da traição bem-sucedida e da unidade na traição...

Não, Sr. Michel Temer, votei-o para Vice, porque V. Sa. estava na Chapa (péssima escolha, já intuía) de Dilma contra Aécio. Ou seja: votei em V. Sa. como substituto eventual. Não para trair e depois assumir; e assumir com outro credo.
Não, prezado senhor (num sentido amplo, todos merecem respeito humano: até Judas). Judas, porém, foi (e é) - evidentemente - incapaz de angariar seguidores. Ao contrário, será "malhado" até o final dos tempos... Mesmo que o traidor de Cristo tenha tido, como quem estudar bem a história saberá, seus atenuantes...

Deram um golpe na Dilma. Golpearam seus milhões de eleitores. Menos mal que não golpearam as Instituições. A boa notícia, pois, é que tem jeito; e é mais fácil. Agora, seu governo vai se arrastar até o final, se é que não perece antes da linha de chegada. Como o governo de alguns Estados da Federação. Podiam ter esperado... É isso que dá ir com muita sede ao pote.
Mas até nisso, na sede e na voracidade, não surpreendem mais ninguém que esteja bem informado... Mas há chances, reais, de - ao fim e ao cabo - tudo dar certo e nos sairmos bem. Afinal, "Deus é brasileiro"... E o Presidente Michel Temer é um político muito experiente, é muito possível que chegue ao fim do mandato...

Por outro lado, convém considerar que o PT também errou. 
Errou com as alianças que fez, e como fez essas alianças, criando uma situação que deixou o partido, inclusive, em posição extremamente minoritária no Congresso, mesmo depois de quase 14 anos no comando do Executivo federal. Os mandatários do PT erraram, e erraram feio... E se Temer (e também uma 'pá de aliados') traiu, como traiu, traiu Dilma e traiu o PT, mas não traiu o seu partido, o PMDB, um partido cuja 'ideologia' básica é "o poder pelo poder"... O PMDB traiu a aliança com o PT e a fidelidade ao programa que elegeu a chapa Dilma-Temer. Mas o PMDB e Temer também vão pagar o preço das consequências. O povo, que é menos burro do que pensam, está acompanhando o que está acontecendo...
O PT errou ainda em se aliar tanto com os Bancos, ficando preso à armadilha dos juros altos, porque não criou condições na produção (oferta) para manter uma demanda alta com juros baixos, bem como exigindo dos Bancos maior competência na avaliação da concessão de créditos, o que leva também à redução dos juros, com a redução da inadimplência e o aprimoramento do empreendedorismo. Errou em manter um estado de dependência para seu povo, embora com algumas melhoras, igualando-se também nisso à chamada 'direita'. Errou em querer assassinar reputações de gente honesta, igualando-se em mais isso aos demais populistas e maniqueístas. Errou em não fazer e em não criar condições para fazer as Reformas, inclusive a Reforma Agrária, da qual ouço falar há 60 anos, mas que pouco (ou pouquíssimo) vejo ser feito para Colonizar mesmo as Áreas Rurais desse país, de forma decente e bem organizada, com prioridades de base: Saneamento, Saúde, Educação, Segurança, Transportes e demais Serviços Públicos Básicos. Pouquíssimo se fez também para realizar as verdadeiras Reformas Urbana, Ecológica, Política, Tecnológica, da Previdência e, se pensar bem, muitas outras necessárias, nos vários Ministérios.
E, diga-se, a bem da verdade, o PT no Governo - sempre através de eleições democráticas, e sucessivas - teve também muitos acertos.
Mas, desgraçadamente, o partido tem sido punido com práticas extremamente desonestas, que utilizam 'dois pesos e duas medidas'. Vergonhoso; o povo também está vendo isso.

E o que se tem visto, infelizmente e miseravelmente, é a continuidade de uma política que perpetua práticas de privilégios, inclusive nas Aposentadorias. E uma coleção de Direitos Adquiridos vergonhosos para alguns, enquanto outros - muitos - ficam à míngua; ou quase à míngua, o que dá quase no mesmo. Para dar um exemplo emblemático, a 'pátria-mor do Capitalismo', que pouco tem de igualitária, é muito mais Socialista do que nós: o pragmatismo (e decência) dos norte-americanos fez com que o Salário Mínimo Federal nos USA seja mais de 10 vezes o nosso; o que, evidentemente, assegura uma vida digna aos trabalhadores... E isso (atenção, cultores do 'Deus Mercado') é Lei. Não é mercado: o mercado pode, sim, se encarregar de dar mais, não menos...
É necessário, pois, reduzir privilégios e aumentar o salário mínimo. Isso não é, longe disso, Igualdade. É Justiça na Diversidade. Quem tem méritos diferenciais reais e verdadeiros, e precisa de mais, que tenha mais... Desde que mereça, e dentro de limites... Mas não, nunca, uma 'meritocracia' fundada em privilégios e 'direitos adquiridos' indefensáveis e que perpetuam um estado permanente de entristecedora injustiça social.

Quanto a dizerem que o Brasil trilhava o caminho da Venezuela, não é bem isso. Talvez até mesmo longe disso. Começa que não temos a dependência a um só produto, como têm os venezuelanos: ao petróleo e à (deles) estatal PDVSA. Depois, não mesmo com o Congresso que temos e não com o Judiciário que temos. Muito menos com a Imprensa "livre" e os muitos privilegiados (não a maioria) funcionários concursados/"vitalícios" dos Executivos nacional, estadual e (muitas vezes) municipal, bem como com a cultura vigente entre os outros privilegiados, num setor ainda mais importante, o dos mandatários do setor privado. Para não falar dos privilegiados "aposentados" e "pensionados"...

Mas estava havendo, sim (e continua havendo), como é notório, muita coisa errada, em diferentes setores. O que levaria, sim, a uma alternância de poder, que a eleição de 2014 já sinalizava. Agora, caberá - mais uma vez - à população, em sua soberania, bem avaliar os candidatos e os partidos em 2018, com a ajuda do que o tempo ainda vai nos mostrar até lá. 

E Que Deus nos Proteja. Isso, sem qualquer dúvida.

Quanto às "Ilusões Armadas": 
A chamada "Revolução Redentora de 1964" teve a promessa (enquanto ainda nas ações e manifestações civis que a precederam), promessa sempre reiterada pelos militares vencedores à época, de "combater a subversão e a corrupção". Ou, em outras palavras, combater "o comunismo e a ladroagem". Na prática, cassaram e caçaram - violentamente, ao sabor dos fiscais de quarteirão de plantão - os (assim chamados) comunistas e demais 'esquerdopatas'. Quanto aos corruptos, nada. Nada mesmo. Nunca, jamais, em 20 anos de vigência do golpe. 
Como se sabe, a corrupção é uma erva resistente e daninha, que grassa especialmente nos campos e jardins dos mais 'poderosos comandantes', civis ou militares, sem fazer distinção. Afinal, são todos humanos, muito 'humanos'... E, como se diz há longa data, "O poder corrompe. E o poder total corrompe totalmente".

Então, 'caras pálidas' decidam-se (para o além da democracia, como quer uma minoria): entre Governo Civil ou Governo Militar, escolham, é mais ou menos assim: Preferem ser Afanados na Mão Leve ou um Assalto a Mão Armada (com todas as ameaças e riscos subjacentes)?

A não ser que você faça parte do bando assaltante, a escolha é clara...

http://politicapirata.blogspot.com.br/2014/10/panorama-eleitoral-brasil-2014-2-turno.html

Vejam o link acima: no dia 6 de outubro de 2014, no dia seguinte ao 1.º turno, fiz uma previsão detalhada do resultado da eleição presidencial no 2.º turno, com análise e previsão nos principais estados. Só ocorreu um 'furo': previ uma diferença de apenas 4 milhões de votos de vantagem para Aécio no estado de São Paulo. Quando saiu o resultado final do 2.º turno, foram 7 milhões... Nos outros Estados, no Sul, Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste, nenhum erro, mostrando que bastava conhecer, como conheço, as tradições locais e estudar bem o momento vivido em face do resultado do 1.º turno, que a tendência já era clara, apesar do esforço final da campanha de Aécio, muito forte, e com todo apoio da Grande Mídia... Em SP, imaginei que Dilma teria em torno de uns 50% dos votos que, em São Paulo, haviam sido dados à Marina, no 1.º turno. Que não foram poucos... Mas não, Skaf , o presidente da FIESP, sabe-se bem o que é e o que representa, Temer nunca teve qualquer voto em eleição majoritária, pouco agregava; e já havia um rolo compressor empresarial e midiático atuando, especialmente em São Paulo, Rio e Minas... Mas, de qualquer forma, Temer e Skaf (ambos do PMDB), supunha-se, estavam na chapa de Dilma, e deveriam "vestir a camisa"... Não, os dois 'et caterva' já estavam desbragadamente traindo, "em cima do muro" e em plena Paulicéia Desvairada. E jogando dos dois lados, como é muito próprio do PMDB, mais um partido que - gradualmente - foi sucumbindo ao fisiologismo. Depois, pós-eleição, só aprofundaram a traição. Enquanto isso, no Estado do Rio de Janeiro, em plena eleição, Eduardo Cunha e seus 'partidários' já apoiavam Aécio Neves.
Logo a seguir, essa turma elegeu Eduardo Cunha para a Presidência da Câmara (um desesperado que lutava - e ainda luta - pela própria sobrevivência, em face do calhamaço de provas que a Lava Jato tem contra si, inclusive uma montanha de dinheiro sem origem na Suiça), "the right man in the right place" para "fazer o serviço" necessário. Era muitíssimo confiável; na situação que vivia (e vive), ninguém mais confiável para mais um trabalho sujo. Afinal, luta pelo seu futuro político e, talvez, pela própria vida.

Resta-nos esperar, neste momento de grandes riscos, que a classe política no Congresso, no momento desmoralizada e inevitavelmente capitaneada pelo Presidente Michel Temer (que tem grande experiência política e congressual), demonstre bom senso político e competência na administração da economia, com o STF (bem) mediando as questões judiciais. Porque se depender da extrema esquerda, da extrema direita e dos meninos da Lava Jato, podemos ficar mal, muito mal, muitíssimo mal, mesmo que talvez haja uma pá de "boas" (e pretensiosas) intenções...
Mas Deus sabe o que faz: talvez esse processo seja um dos preços a pagar para termos um país mais decente. Com um alerta: não se chega a bom termo quando se faz injustiça; e quando se usam dois pesos e duas medidas, o que (também) é uma das formas de injustiça.

Um último alerta: o país e o povo estão sangrando...