segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Análise da Manchete e Artigos de hoje na Gazeta do Povo: "FRUET ESCOLHE MULHER E IRMÃ PARA EQUIPE DE GOVERNO"

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Manchete de hoje na Gazeta do Povo: "FRUET ESCOLHE MULHER E IRMÃ PARA EQUIPE DE GOVERNO". Veja o Link:
 http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/conteudo.phtml?tl=1&id=1328641&tit=Fruet-escolhe-mulher-e-irma-para-equipe-de-governo

A seguir, no blog de Rogerio Waldrigues Galindo, CAIXA ZERO, a manchete é "Indicações dão R$ 1,2 milhão em quatro anos para a família Fruet". Acesse o Link: 
http://www.gazetadopovo.com.br/blog/caixazero/conteudo.phtml?tl=1&id=1328691&tit=Indicacoes-dao-R-12-milhao-em-quatro-anos-para-a-familia-Fruet

Isso porque o Prefeito eleito escolheu Marcia Fruet para a FAS - Fundação de Ação Social e Eleonora Fruet para a Secretaria de Finanças. Por isso, o futuro Prefeito já está sendo acusado de NEPOTISMO.

Bom... Vejamos primeiro o que é NEPOTISMO...
Na definição da Wikipédia: "Nepotismo (do latim nepos, neto ou descendente) é o termo utilizado para designar o favorecimento de parentes (ou amigos próximos) em detrimento de pessoas mais qualificadas, especialmente no que diz respeito à nomeação ou elevação de cargos."
No Houaiss é "favoritismo para com parentes, esp. pelo poder público."
Já no Dicionário Aurélio é "política de favorecimento a parentes ou amigos de quem ocupa cargo público."

Então, o que precisamos ver é se houve FAVORECIMENTO nas indicações... Depois, a QUANTIDADE RELATIVA e a QUALIDADE (competência e adequação ao cargo) dos FAMILIARES numa Administração Pública, para então verificar se o Público transformou-se - ou transformar-se-á - realmente, em Privado...

Primeiro, é importante esclarecer que há três critérios básicos para ESCOLHA DE UM CANDIDATO A UM EMPREGO OU FUNÇÃO (cf. George Bradt, na Forbes, citado por Bernt Entschev), e que são primordialmente considerados numa ENTREVISTA para escolha do CANDIDATO MAIS ADEQUADO:

1 - Você consegue realizar o trabalho? (Em outras palavras, você tem a FORÇA ou COMPETÊNCIA NECESSÁRIAS?)
2 - Você irá AMAR o seu TRABALHO? (MOTIVAÇÃO)
3 - CONSEGUIREMOS TRABALHAR COM VOCÊ? (ADEQUAÇÃO ao clima, grupo, ambiente; CONFIANÇA).

["A entrevista não é sobre você, especificamente. É uma chance de você mostrar sua habilidade para resolver os problemas da empresa e do entrevistador."]

Com relação ao item 3, os FAMILIARES já são bem conhecidos, sabe-se bem de sua adequação e confiabilidade, ou não... Por isso, há tantas empresas familiares de sucesso... E, convenhamos, tanto na FAS quanto nas FINANÇAS, é necessário ter titulares que estejam MUITO PRÓXIMOS ao Prefeito, para "a coisa" funcionar...
O item 2, MOTIVAÇÃO, também já é bem conhecido do Prefeito...
Quanto ao item 1, COMPETÊNCIA, está - por certo - muito adequado:
Nas Finanças, uma Economista e Administradora Pública já testada e com ótima avaliação (inclusive junto ao funcionalismo) em outras oportunidades e outros governos.

Na FAS, não há nada de novo, nenhuma "experiência". Segue-se a tradição brasileira e, porque não dizer, do mundo ocidental: 
Darci Vargas, Ruth Cardoso e Sarah Kubitscheck foram primeiras-damas muito ativas, engajando-se em causas sociais. Em nossa cidade, Fani Lerner, Fernanda Richa e Marry Ducci, além de outras primeiras-damas,  estiveram à frente de obras sociais bem-sucedidas (algumas nem tanto...). É uma tradição em nosso país, e uma vocação ligada também à feminilidade, à maternidade e à compaixão, tão própria das mulheres. Além disso, quem poderia estar mais próximo do mandatário maior, para defender a causa dos mais necessitados?
Ainda com referência à FAS, isso não quer dizer, evidentemente, que não se devam agregar competências que independem de gênero (e que, em alguns casos, são mais de natureza masculina) ao exercício do cargo. As funções de "filantropia" têm sido também, em nosso país - [e fora dele também: no caso do Haiti, apenas 2% do montante das contribuições teve destino útil comprovado] - um campo fértil para a ação de "peruas", "dondocas", "deslumbradas", "enganadores(as)" e "enganados(as)", "aproveitadores" e "aproveitadoras". Todos e todas (com raríssimas exceções) sem qualquer senso de eficiência empresarial e de verdadeira capacidade de ação para tirar - definitivamente - pessoas necessitadas das situações de exclusão (às vezes total) em que se encontram. Sem dúvida, é preciso - primeiro - minorar o sofrimento de seres humanos vivendo em situações de extrema fragilidade; depois, é necessário pensar e planejar no longo prazo, para soluções duradouras (mudando processos, comportamentos e estruturas). Tem faltado competência, isto sim. Tem faltado também coragem. Tem faltado o exemplo, sempre muito bem vindo, e que venha de cima... Tem faltado capacidade administrativa e gerencial; e, mais ainda, a sabedoria e entendimento corretos para atacar os problemas. Nunca é demais repetir: "Para resolver um problema, é preciso mudar a consciência que produziu o problema"... Ok?? Ou muda, ou seremos PARA SEMPRE (até quando??) um país de favelados (reais, mentais e espirituais)...

As duas nomeações que a Gazeta do Povo e Rogerio Galindo colocam em dúvida, como se vê, não têm nada a ver com a nomeação de Filósofo, Psicólogo e Psicanalista para gerir os portos de Paranaguá e Antonina... Como sabemos, essa história não acabou nada bem... Assim como muitas outras de injustificável favorecimento político.

Mas o alerta de hoje (contido nas duas matérias acima) não é - longe disso - sem propósito... São tantos os casos de parentes sem qualquer competência para determinados cargos, e que são nomeados... que "gato escaldado"... sabe como é... coloca "as barbas de molho"...

De outro lado, parece que os jornalistas estão se viciando em manchetes negativas... Isso não é bom... Primeiro, precisamos dar um voto de confiança aos nossos eleitos... E não podemos continuar com essa mania negativista de colocar todos numa vala comum.

Por que estar sempre achando algo ruim e, quando não há nada de ruim, ficar "inventando"? É tempo de construir, é hora de parar de inventar "chifre em cabeça de cavalo"...
Tem coisa melhor... E coisa muito pior, jornalistas... E mais real... E precisando muito mais de nós...

Então,
Mãos-à-obra!!
Ano novo, vida nova!!